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Tratamento supressivo HSV- Aciclovir e relacionados

O número de pessoas soropositivas para o HSV vem aumentando contantemente, sendo a maior causa desse aumento pessoas que negligenciam a liberação assintomática do vírus. Até hoje a maior taxa de contaminação ocorre em pessoas do sexo feminino. A doença se manifesta de maneira particular de indivíduo para indivíduo, tendo relatos de pessoas que tiveram apenas um episódio sintomático e pessoas que não passam uma semana sem ter uma manifestação clínica. A literatura também trás relatos de casais em que um dos componentes é soropositivo e o outro não, que tem filhos, convivem a mais de 20 anos e a outra parte não se infectou. Independente da forma que a infecção pode ser passada para outras pessoas, o mais importante é sabermos administrar nossa condição. Vários tratamentos foram desenvolvidos, várias vacinas foram desenvolvidas mas infelizmente não tiveram resultados satisfatórios, milhões de dólares são gastos ao redor do mundo em pesquisas para se descobrir a cura para esta condição. O que nos cabe como portadores é, apesar do desejo de ainda manter relações sexuais normalmente, tomar o máximo de cuidados possíveis para evitar contaminar outras pessoas. Para diminuir o risco (que sempre vai existir), existe o chamado tratamento supressivo, que visa interferir no ciclo de replicação viral, reduzindo ao máximo sua atividade para reduzir a liberação do mesmo. Existem tratamentos efetivos. Trarei em sequências de postagens informações comprovadas cientificamente sobre a aplicação de diferentes medicamentos e resultados destes tratamentos.
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A soroprevalência tende a ser maior em pessoas que tem grande número de parceiros sexuais durante a vida (pois cada parceiro é uma oportunidade de infecção), mas geralmente acontece com quem tem moderada atividade sexual. A liberação viral em pessoas que albergam o vírus HIV é maior que em pessoas que não o tem pela debilidade que este causa no sistema imunológico, sendo que as manifestações primárias podem tomar dimensões gigantescas em imunocomprometidos. O uso de preservativos reduz em cerca de 50% a possibilidade de transmissão assintomática, não dando total segurança pelo vírus poder se disseminar pelas regiões de pele que não são cobertas. A taxa de liberação viral decrece dramaticamente quando é feito o consumo de medicação contendo aciclovir, famciclovir ou valaciclovir (estas medicações agem na replicação viral, interferindo na produção e correta montagem dos componentes do vírus) (Griffiths, P.D. 2004).


O tratamento de eleição que é recomendado pelos médicos hoje em dia foca na inibição da replicação viral diretamente. Os análogos de nucleotídeos, especialmente o aciclovir, tem sido os mais utilizados pelo seu custo-benefício, sendo prescritos tanto para quem tem recidivas ocasionais como para quem tem repetidos episódios durante o ano, sendo que estas medicações só agem enquanto são consumidas, não tendo efeitos residuais caso o tratamento seja interrompido. Por isso, recomenda-se a utilização enquanto for possível. Apesar disso, as recorrencias podem acontecer mesmo no caso de administração da medicação, provavelmente por baixos níveis do princípio ativo no plasma sanguíneo (Miller et. al., 2002). Terapias com imunomodulares vem sendo estudadas mas serão trazidas em outro momento.


As recorrências da herpes genital tendem, em pacientes imunocompetentes, ter uma duração mais curta e com lesões menos severas. Como na herpes labial, as recorrências da herpes genital frequentemente vem seguidas dos pródomos, que podem ser uma queimação local na região genital, uma coceira sem explicação ou dor nas regiões adjacentes. Na tabela abaixo, extraída de        Moowmaw et. al., 2003, é mostrada a terapia antiviral recomendada pelo "US Centers of  Disease Control (CDC) and Prevention, the Association of Genitourinary Medicine (AGUM) and the  Medical Society for the Study of Venereal Diseases (MSSVD) para o tratamento de episódios primários e recorrentes  de herpes genital que trazem a utilização dos análogos de nucleospideos acyclovir, famciclovir e valaciclovir. A terapia antiviral pode reduzir a febre e outros sintomas associados às manifestações primárias sintomáticas dentro de 48 horas. A terapia antiviral pode acelerar a cura das lesões, prevenção da formação de novas vesículas, promove a resolução da dor e reduz a liberação viral em pacientes que receberam pronto tratamento.



Vários estudos avaliam a eficácia deste tipo de medicação nas primeiras manifestações da doença. Comparado com o placebo, o aciclovir 200mg, 5x/dia reduz a duração da liberação viral de 9 para 2 dias, reduz o tempo de cura das lesões de 16 para 12 dias e diminui a duração da dor de 7 para 5 dias (posteriormente será falado aqui no blog sobre cada medicamento). Este tipo de redução da morbidade do vírus também é observada em suas recorrências. A terapia supressiva tem mostrado em estudos que reduz o número de recorrencias clínicas em 70-80% e pode previnir o apareciento de recorrências em 50% ou mais dos pacientes com mais de um ano de uso. O aciclovir 400mg duas vezes ao dia e valaciclovir 500mg duas vezes ao dia reduz a liberação do HSV em até 80% utilizando-se o teste do PCR (polymerase chain reaction) para a detecção de material viral. Apesar destes dados, como disse em outras postegens, não sou médico, não estou indicando nenhum tipo de tratamento ou medicação, estou apenas trazendo dados presentes na literatura. A decisão de se utilizar a medicação em doses supressivas  ou episódicas deve ser feita através da comunicação da situação entre o médico e paciente, para adaptar determinado protocolo às necessidades de cada um. Avaliações preliminares trazem que a terapia supressiva pode diminuir o risco de infecções em casais sorodiscordantes (Moowmaw et. al., 2003).

Griffiths P.D. Interrupting transmission of genital herpes. 2004. Rev. Med. Virol. Mar-Apr; 14(2):67-9. PMID: 15026999       DOI: 10.1002/rmv.424

Moonmaw M.D., Cornea P., Rathbun R.C., Wendel K.A. Review of antiviral therapy for herpes labialis, genital herpes and herpes zoster. 2003.  2003 Aug;1(2):283-95.

Miller R.L., Tomai M.A., Harrison C.J., Bernstein D.I. Immunomodulation as a treatment strategy for genital herpes: review of the evidence. 2002.  Mar;2(4):443-51.

Comentários

  1. A um tempo atrás li que a terapia supressivas pode ser feita depois de 6 surto no ano, é verdade ?

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  2. Não é que ela só pode ser feita com essa quantidade de manifestações. A literatura trás que você pode fazer em qualquer momento, pq tmb diminui a liberação do vírus de maneira assintomática.

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  3. As pessoas negligenciam o derramamento assintomatico do vírus e pior,os próprios médicos(n todos)informam que os pacientes sem um surto n transmitem,

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    1. Essa informação é bem perigosa. Hoje em dia existem estudos que apontam que até a herpes labial pode ter liberação assintomática. Temos que tomar muito cuidado com isso. Por isso que acho que a divulgação de informações fidedignas é importante. Gostaria de fazer mais postagens, mas estou sem tempo.

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  4. Alguém ficou com queimação na pele depois da herpes genital? Tipo uma neuralgia do cobreiro, mas mais fraca.

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    1. sim =( ta um inferno minha vida.... essa sensibilidade eterna

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  5. Sim ,minha vagina arde meio que diariamente e nunac tive isso antes da herpes é não tenho nenhuma bactéria

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    1. Pois é. Minha pele está como se tivesse queimada. Será que isso passa?

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    2. O meu ainda não passou ,esse vírus é muito imprevisível

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    3. Acontece comigo, no meu caso minha herpes é no púbis, a região dos pelos entre o pênis e a barriga, não sinto dor, só coça. Mesmo usando camisinha eu peguei não sei de quem e nem quando. O mais engraçado que ela nunca parece no mesmo lugar.

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  6. Vc já ouviu falar sobre o novo medicamento Pritilevir duas vezes mais eficaz que o aciclovir e o etapa 2 termina em maio ,e a empresa Aicurus fizeram uma parceria para liberar o remédio antes , vc tmb ja ouviu falar do monoclonal uma vacina dos anticorpos que tão tmb nos testes 2 acabam ano que vem ,eu tou confiante ,não acho que vamos ter uma vacina preventiva em menos de 10 anos e não acredito na cura ,mas uma medicação tipo os antivirais do Hiv que vão permitir a gente ficar sem sintomas e sem transmissão assintomáticas eu acredito

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  7. https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04165122 aqui tá o link da pesquisa inclusive essa empresa possui uma patente em Brasília , acredito fielmente que em 5 anos vamos ter uma terapia efetiva para suprimir os sintomas,

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  8. Eu acho que falta muita informação ,pó exemplo eu não consegui fazer um exame específico pra saber o tipo de herpes que eu tenho por exemplo , nos EUA eles especificam pq o tipo 1 no genital é menos agressivo ,outra coisa ,lá qualquer pessoa pode tomar a terapia supressiva pq eles alertam sobre a. Transmissão assintomáticas aqui ficam nesse mito que só se transmite em crise

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  9. TRATAMENTO PERMANENTE DO VÍRUS DE HERPES O vírus do herpes simplex é um vírus contagioso que pode ser transmitido de pessoa para pessoa através de contato direto. As crianças geralmente contraem o HSV-1 por contato precoce com um adulto infectado. A infecção pelo HSV-1 pode ocorrer a partir de interações gerais, como comer dos mesmos utensílios, compartilhar protetor labial ou beijar. O vírus se espalha mais rapidamente quando uma pessoa infectada está passando por um surto. Além disso, é possível obter herpes genital a partir do HSV-1 se o indivíduo tiver tido herpes labial e tiver realizado atividades sexuais durante esse período. O HSV-2 é contraído através de formas de contato sexual com uma pessoa que tem HSV-2. Estima-se que cerca de 20% dos adultos sexualmente ativos nos Estados Unidos tenham sido infectados com HSV-2, de acordo com a Academia Americana de Dermatologia (AAD). (AAD) Embora as infecções por HSV-2 sejam disseminadas ao entrar em contato com uma ferida de herpes, a AAD relata que a maioria das pessoas contrai HSV-1 de uma pessoa infectada que é sintomática ou não tem feridas. ter outra infecção sexualmente transmissível (DST) com sistema imunológico enfraquecido
    TRATAMENTO
    O herpes é uma doença grave e recorrente que não pode ser curada por medicamentos ou injeções pelos médicos americanos, mas a melhor maneira de lidar com o herpes é tomando remédios naturais para ervas, eu li sobre DR JAMES, o grande médico herbalista que cura do herpes com seu poderoso remédio herbal. entrei em contato com ele para saber como ele pode me ajudar e ele me disse para nunca se preocupar que me ajudaria com as ervas naturais de Deus! depois de dois dias em contato com ele, ele me disse que a cura estava pronta e a enviou para Eu via o UPS SPEED POST e me pegou depois de 3 dias! Eu usei o remédio como ele me instruiu (MANHÃ E NOITE) e fui curado! é realmente como um sonho, mas estou muito feliz! para as pessoas que sofrem das seguintes doenças, câncer, hipotireoidismo, herpes, DPOC, HIV, artrite, HPV, infecções, doença hepática, doenças autoimunes, doença de Parkinson, lúpus e mais devem contatá-lo para obter seu remédio herbal, porque eu sou um testemunho vivo e eu fui curado de herpes e seu remédio é legítimo. Enviei-lhe o que ele pediu e ele me enviou o remédio que tomei por 3 boas semanas e hoje estou aqui com resultado negativo. quando fui fazer o teste, fiquei muito feliz depois de passar pelo medicamento.
    CONTATO DR JAMES PARA O E-MAIL DE CURA PERMANENTE: drjamesherbalmix@gmail.com LIGUE OU APLIQUE-O NO APLICATIVO +2348152855846

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  10. Todavía no puedo creer que no sé por dónde empezar, me llamo Juan, tengo 36 años, me diagnosticaron herpes genital, perdí toda esperanza en la vida, pero como cualquier otro seguí buscando un curar incluso en Internet y ahí es donde conocí al Dr. Ogala. No podía creerlo al principio, pero también mi conmoción después de la administración de sus medicamentos a base de hierbas. Estoy tan feliz de decir que ahora estoy curado. Necesito compartir este milagro. experiencia, así que les digo a todos los demás con enfermedades de herpes genital, por favor, para una vida mejor y un mejor entorno, póngase en contacto con el Dr. Ogala por correo electrónico: ogalasolutiontemple@gmail.com, también puede llamar o WhatsApp +393510505248

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